26 de abril de 2014

Uma nuvem peregrina

Cansada se arrastava uma nuvem
Deixando um rastro de aflição e pranto
Nem o canto dos pássaros 
Nem a melodia dos ventos
Conseguiam animar seu passo

Quais sinistros presságios 
Arrojará sua andança?
Até onde chegará
Sua infeliz odisseia?

Por que esse abatido gesto?
Por quem tão lastimoso rosto?
Perguntava interessado
Um fugitivo passarinho

Desde onde arrastando essa pena?
Até quando empurrando essa dor?
Indagava intrometida
Uma apreensiva borboleta

Mas a nuvem peregrina
Prolongava sua dolorosa romaria 
Engolindo em segredo suas dores
Soluçando copiosamente suas mágoas

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