21 de fevereiro de 2014

A festa dos idiotas

Cantamos sem refletir
Comemos sem digerir
Beijamos sem saborear
Amamos sem renunciar

Na festa dos idiotas
Nada tem sentido
Tudo virou automático
Sem criatividade
Nem espontaneidade
Alienado rito tragicômico
Repetido até a extenuação

Na festa dos idiotas
Os mais espertos têm a batuta
E dirigem a orquestra
Sem jeito nem maneira
Enquanto os idiotas da vida
Arrastam seus passos
Num frenesi alcoolizado
Num delírio narcotizado

Na festa dos idiotas
Palavras vazias
Enfeitam as paredes e as salas
Enchendo os olhos 
De fascinados leitores
Que engolem a vida
Sem questionar nem sentir

Na festa dos idiotas
A ideologia é servida
Em sedutores pratos
De manjares exóticos
Enquanto empapuçados convidados
Dormitam recostados
Sobre a miséria do mundo

Existimos sem rumo
Dançamos sem gosto
Sofremos sem pranto
Morreremos sem luto

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