14 de julho de 2011

Mundo próprio

É necessário olhar no íntimo
Aventurar-se nas entranhas do ego
Para advertir agradecido
O manancial que me alimenta
A luz que me orienta
E os amores que me sustentam

A natureza que se transforma
A vida que se recria
Em uma dança inteligente
Um elogio da beleza
Que comove o espírito
E amolece a ira

A capacidade humana
Para transformar o mundo
Num “re” criativo e fecundo
Reinterpretar
Remodelar
Reinventar
Uma inteligência menina
Que não dá sossego nem descansa
Na descoberta diária do universo

O coração vibrante
Ímpeto e energia a serviço da vida
Delicadeza e ternura nas mãos amigas
Um coração que sorri e chora
Se apaixona e sofre
Que canta e dança
Ao escutar alguns nomes
Que se endurece e fecha
Diante da violência e da morte

E finalmente a memória
Do que foi vivido e sofrido
Do que me enriquece e anima
Das esperanças partilhadas
Das histórias construídas
Memória que modela meu ser
Lembranças, sonhos, rostos
Daqueles que me criaram
Dos que trabalharam minha massa
Dos que entregaram tudo de graça
Dos amores que proclamam
Que a vida é digna quando se ama

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