6 de novembro de 2009

A escola de hoje e a necessidade da educação para a paz

Nos tempos atuais é normal ficar tristemente surpreso e revoltado pelos acontecimentos de violência que, cada vez mais frequentemente, acontecem na sociedade e, também, no âmbito escolar. Infelizmente, a violência faz parte da vida da gente. Será possível educar para a paz nesta sociedade violenta? Acreditamos que sim, mais não resolvendo problemas de violência, não com paliativos pedagógicos, mas oferecendo e operando desde a educação uma verdadeira transformação da pessoa e da sociedade que temos. Porque a violência que vivemos hoje é uma das mais dramáticas consequências do modelo de pessoa que a sociedade do bem-estar nos oferece. Uma sociedade construída sobre a base do egocentrismo insolidário e do consumismo compulsivo, geradores de exclusão e injustiça, não pode esperar outra coisa que não seja a violência como recurso, meio ou fim ...

Palestra oferecida em diversos congressos pedagógicos organizados pela empresa Conexa Eventos de Belo Horizonte.

Um comentário:

  1. Trabalhei em uma escola, como mesaria, nas últimas eleições, mas isto não é o assunto interessante, o que me deixou assustada/surpresa foi os dizeres de um bilhete afixado ao lado do quadro, ele dizia que: é proibido jogar papel no colega e no professor; é proibido morder, chutar e xingar o professor; é proibido quebrar as carteiras... Nossa, pensei estar em outro ambiente, pois estudei ali. Sei que foi há alguns vários anos, porém não havia justificativa.
    É preciso educar para a paz e urgente! Os pais estão delegando as escolas/docentes o seu papel de educador, fato lastimável. A instituição familiar esta em decadência! O lema é ganhar mais e mais dinheiro, dar ao filho presentes e se justificar dizendo: não sei o que esta acontecendo com o meu filho/a ele tem tudo que não tive! Esqueceram o amor, a atenção, esqueceram do NÃO! Uma sociedade doente vale-se pelo que se tem de material.
    Conversando, esta semana, com uma médica formada há 25 anos, falávamos da proximidade das pessoas da época. Ela me relatou que no convite de formatura, da turma de 160 alunos, um deles ligou para o número onde pediria a autorização para utilizarem um poema de Carlos Drummond de Andrade, para surpresa quem atende é o próprio Drummond. Ela, saudosa, dizia que naquela época as pessoas eram mais próximas e que apesar da ditadura, não viviam com tanto medo.
    Hoje se quer conhecemos e falamos como o nosso vizinho de porta! Todos têm medo, andam desconfiados e se dizem nada terem haver com tanta injustiça e violência. Esquecem que cada um tem o seu papel de cidadão, não querem nem ouvir falar em política, porem tudo é política.
    O que me assusta é que as pessoas já não ficam surpresas com os fatos violentos, eles estão virando rotina e o fato de cada um olhar apenas para o seu umbigo esta transformando a sociedade de consumo em comodista e corroendo o seu caráter!

    Faz-se necessário preparar os professores/educadores/cidadãos, urgentemente, para que consigam a transformação necessária. É preciso um olhar holístico, para que se possa plantar a semente e cuidar para que ela floreça e dêem frutos de paz.

    Como disse Elisa Lucinda “Sei que não dá para mudar o começo. Mas se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!”

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